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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 1021-1

1021-1

Staphylococcus haemolyticus RESISTENTES À METICILINA EM GESTANTES NO RIO DE JANEIRO DE ACORDO COM PERÍODOS RELACIONADOS À PANDEMIA DE COVID-19

Autores:
Eduarda Borges Santos (IMPG/UFRJ - INSTITUTO DE MICROBIOLOGIA PAULO DE GÓES, UFRJ) ; Yasmin Barros (IMPG/UFRJ - INSTITUTO DE MICROBIOLOGIA PAULO DE GÓES, UFRJ) ; Júlia de Deus (IMPG/UFRJ - INSTITUTO DE MICROBIOLOGIA PAULO DE GÓES, UFRJ) ; Natália Sthorch (IMPG/UFRJ - INSTITUTO DE MICROBIOLOGIA PAULO DE GÓES, UFRJ) ; Isabella Bittencourt (IMPG/UFRJ - INSTITUTO DE MICROBIOLOGIA PAULO DE GÓES, UFRJ) ; André Rio-tinto (IMPG/UFRJ - INSTITUTO DE MICROBIOLOGIA PAULO DE GÓES, UFRJ) ; Ana Elisa Almeida (IMPG/UFRJ - INSTITUTO DE MICROBIOLOGIA PAULO DE GÓES, UFRJ) ; Natália Silva da Costa-granato (IMPG/UFRJ - INSTITUTO DE MICROBIOLOGIA PAULO DE GÓES, UFRJ) ; Laura Maria Andrade de Oliveira (IMPG/UFRJ - INSTITUTO DE MICROBIOLOGIA PAULO DE GÓES, UFRJ) ; Ana Caroline Nunes Botelho (IMPG/UFRJ - INSTITUTO DE MICROBIOLOGIA PAULO DE GÓES, UFRJ) ; Sergio Eduardo Longo Fracalanzza (IMPG/UFRJ - INSTITUTO DE MICROBIOLOGIA PAULO DE GÓES, UFRJ) ; Penélope Saldanha Marinho (ME/UFRJ - MATERNIDADE ESCOLA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO JANEIRO) ; Tatiana de Castro Abreu Pinto (IMPG/UFRJ - INSTITUTO DE MICROBIOLOGIA PAULO DE GÓES, UFRJ)

Resumo:
A ocorrência de bactérias resistentes à múltiplas drogas (multidrug-resistant bacteria, MDR) apresenta-se emergente ao longo dos últimos anos, constituindo uma grande ameaça à saúde pública. Staphylococcus haemolyticus resistentes à meticilina (MRSH) são uma importante causa de infecções relacionadas à assistência à saúde e vêm sendo constantemente relacionados a infecções perinatais, tendo a colonização do sítio anovaginal de gestantes como uma das principais formas de transmissão aos neonatos. A pandemia de COVID-19 trouxe alterações no comportamento pessoal e na frequência do uso de antibióticos pela população geral, o que pode ter contribuído para a ocorrência de mudanças no perfil da microbiota e no perfil de susceptibilidade desses microrganismos resistentes em gestantes, como o MRSH. A fim de analisar o possível impacto da pandemia de COVID-19 na colonização anovaginal por MRSH em mulheres gestantes residentes na cidade do Rio de Janeiro, avaliou-se a colonização por essa bactéria de acordo com eventos relacionados à pandemia de COVID-19. Assim, as amostras foram analisadas em relação aos diferentes períodos: antecedente à pandemia (P1; Janeiro de 2019 à Março de 2020; n=521); após o início da pandemia (P2; Maio de 2020 à Junho de 2021; n=360), após o avanço da cobertura vacinal e flexibilização de medidas sanitárias pandêmicas no Brasil (P3; Julho de 2021 à Maio de 2022; n=348) e após o decreto nacional de fim da emergência de saúde (P4; Junho de 2022 à Maio de 2023; n=316). As amostras anovaginais (1545) foram coletadas através do método de swab combinado mantidas em meio de transporte Amies e foram processadas em meio cromogênico MRSA. Colônias sugestivas foram isoladas e identificadas pela técnica de MALDI-TOF MS. Observou-se uma ocorrência geral de 41,1% (635) de MRSH durante todo o período estudado. Analisando separadamente de acordo com os períodos estabelecidos, em P1, antes do início da pandemia, foi revelada a ocorrência de apenas 7,7% (40), que aumentou significativamente (p<0.0001) nos períodos seguintes, onde observou-se uma taxa de 52,2% (188) em P2, seguido 70,7% (246) em P3 e 50,9% (161) em P4. Tais crescentes e alarmantes taxas de colonização de MRSH em gestantes do Rio de Janeiro descritas neste estudo, sugerem um possível impacto da pandemia de COVID-19 no perfil de susceptibilidade desses microrganismos, revelando a necessidade de uma vigilância contínua desse importante grupo bacteriano dentro da população gestante em nossa região.

Palavras-chave:
 COVID-19, gestantes, MRSH, resistência à antimicrobianos, Staphylococcus haemolyticus


Agência de fomento:
BactiVac Network; CAPES; CNPq; FAPERJ.